quarta-feira, 13 de abril de 2016

Cuidado com os canalhas!

Alguém me explica a matemática, pois estou perdendo algo:
O cidadão não tem emprego, aposentadoria ou qualquer atividade que lhe provem sustento;
Integra uma série de clubes e associações que cobram caro pela participação de seus membros;
Dirige uma instituição filantrópica que teoricamente não subsidia nenhum de seus funcionários;
Vai em todo evento que reúne a alta "casta" de qualquer segmento, festas custosas das quais o cidadão comum nem sonha que existem;
Usa bons ternos, boas camisas, coisa fina, que não encontram equivalentes no Brás ou na 25; e
Ainda possuem recurso para bancar uma campanha de vereador, prefeito, deputado e por ai vai...
Esse tipo de candidato deve gozar de alguma credibilidade? Essa espécie de "Lula de baixo clero" te leva a acreditar que "ungido" pelo cargo agirá corretamente? Eleitor, se ainda crê na democracia, avalie e veja por si só que mais da metade dos que concorrem pelo poder se enquadram nesse perfil.


segunda-feira, 11 de abril de 2016

"Não vai ter golpe!", é mesmo?

Quem conhece a fundo a Revolução Francesa sabe que Luís e sua nobreza, vivendo na fartura enquanto a população morria de fome por sua fracassada gestão, nunca renunciaram a monarquia e seu sistema de privilégios. Hoje entendo a fúria popular frente ao deboche e conspirações de seus governantes que visavam manter o poder mesmo com todo descontentamento. 
Recorreram a "foros privilegiados", quiseram empurrar a insatisfação com a barriga, tentaram jogar seus processos para qualquer tribunal passível de ser comprado pela coroa, organizaram motins com indivíduos que colhiam as benesses da relação com o Estado e poderia apostar que mesmo a poucos passos da guilhotina, do alto de sua arrogância digna da tirania, ainda berrava frases sem fundamento como - "NÃO VAI TER GOLPE! "

terça-feira, 3 de novembro de 2015

BODE , TEMPLÁRIOS, BAPHOMET, O DIABO E A MAÇONARIA

Queridos e amados seguidores, aqui quem fala é B.C. da página Maçonaria Eterno Aprendiz, sou mestre maçom e vou tratar um tema extremamente polemico que envolve a ordem.

O bode da maçonaria é sem sombra de dúvidas uma das principais ferramentas usadas para atacar a ordem. Fanáticos religiosos, adeptos de teorias da conspiração e pessoas com pré-conceitos originados na ignorância usam sua imagem para as mais absurdas alegações.


Vendo cartazes e folhetos antimaçônicos do início do século XX podemos saber que essa história não é de hoje, muitas vezes utilizada por apoiadores e grupos financiados por regimes tirânicos como o nazista.

A Alemanha de Hitler financiou inúmeros filmes e propagandas atacando nossa instituição, não é preciso ser um gênio para saber porque uma irmandade que defendia valores como liberdade era atacada por eles. De acordo com a Grande Loja da Inglaterra, aproximadamente 80.000 Maçons foram parar em campos de concentração.


A receita parece sempre ser a mesma: Templários cultuavam o Diabo, chamavam o diabo de Baphomet, com a perseguição da igreja foram protegidos por Pedreiros que adotaram seus rituais, tudo culminando em uma Maçonaria Satanista com fins malignos.

Mas o que há de verdade em tudo isso? Antes vamos analisar essas duas representações: O Diabo com cabeça e pernas de bode e Baphomet.


Com base nos estudos de Alastair Sooke, crítico de arte e pesquisador, há cerca de 1.000 anos atrás não se havia consenso sobre como o Diabo deveria parecer, isso se dava por conta de seu papel dentro da fé não estar plenamente estabelecido.

Nesta imagem localizada na Basílica de Santo Apolinário na Itália vemos a primeira representação do Diabo, nada de chifres, tridente, rabo, patas de bode, mas sim um simples anjo azul. Ele nos lembra que Lúcifer era um anjo, assim como o fato do azul ser associado na época com as trevas, a escuridão.

A imagem que associamos ao Diabo é uma criação da metade da idade média feita por artistas que buscavam inspiração nos Deuses da Grécia Antiga como Pã.

Baphomet foi a figura utilizada por Felipe, o Belo, monarca francês, para acusar os cavaleiros templários de heresia. Essa acusação se deu pelo fato da ordem possuir grandes riquezas em decorrência de serviços financeiros que prestavam, dentre eles emprestar dinheiro, sendo credora inclusive de Felipe IV.

Atacando os Templários Felipe matava dois coelhos com uma cajadada só: Eliminava suas dívidas e se apropriava da riqueza dos cavaleiros.

Dentre as acusações o rei afirmava que os Templários adoravam em segredo uma caveira barbuda a qual chamavam de Baphomet.... ISSO MESMO... a figura moderna de Baphomet nem mesmo é a indicada na acusação da igreja, sendo esta criada posteriormente.

O Papa Clemente V aceitou as acusação e após algumas confissões, conseguida através de muita tortura, enviou Jacques de Molay, Grão Mestre da Ordem, e outros 137 monges para fogueira.

Em 2007 Barbara Frale , Arquivista do Vaticano encontrou provas da inocência dos Templários, o pior dessa descoberta foi comprovar que Clemente V sabia que o processo não passava de calunia, até pensou em cancelar a acusação, mas preferiu mandar todos para fogueira evitando desconfortos com a Monarquia Francesa.

Segundo Barbara, nos documentos da Santa Fé está bem claro que os Cavaleiros Templários veneravam o Santo Sudário de Turim. Nos documentos um monge relata que ingressou no templo e lá viu um lençol, ritualisticamente ele beijava três vezes o Sudário.

A teoria da arquivista bate com o estudo realizado em 1978 por Ian Wilson, ele reconstituiu o percurso do sagrado lençol, os anos em que não se tem notícia do paradeiro do Santo Sudário correspondem ao período em que supostamente a relíquia foi custodiada em segredo pelos cavaleiros templários.

Com base nessas informações podemos concluir: O Diabo não é Baphomet, o Baphomet conhecido não era o da acusação de Felipe IV e os templários não veneravam o Diabo e sim o Sudário de Turim.

Nessa hora você deve estar pensado – Então de onde saiu o bendito bode?

De acordo com José Castellani, escritor, jornalista e historiador Maçom, a explicação é muito mais simples do que a fantasiada pelo público leigo, porém não menos interessante.

Para ele a imagem do Bode nasce em torno de 3 anos após cristo, quando os apóstolos partiram pelo mundo a fim de pregar o Cristianismo. Ao chegarem a região da Palestina se depararam com um habito estranho do povo judeu que lá habitava, curiosamente era normal as pessoas falarem aos ouvidos dos Bodes, animal comum no lugar. O aposto Paulo ao ver aquela situação questionou o Rabino da aldeia que lhe informou que o ato fazia parte de um cerimonial judaico onde para aliviar a consciência o indivíduo revelava suas falhas e erros para o bode, tendo este como confidente saberia que nunca seu segredo seria revelado.

Provavelmente esse estranho ritual deu origem ao Confessionário da Igreja Católica instituído muitos anos depois, onde o pecador vai até uma cabine discreta e conta ao padre seus pecados, este lhe jurando segredo.

Em 1808, na França de Bonaparte, a Igreja uniu-se ao governo de modo que pode atacar todas as instituições que ao seu ver pudessem gerar qualquer questionamento sobre o poder governamental e o exercido pela Igreja. Rapidamente os Maçons entraram na mira do Santo Oficio, sendo submetidos a tortura para que confessassem suas supostas heresias e entregassem seus irmãos.

Porém, a Igreja nunca encontrou um covarde ou delator entre os Maçons. Chegando ao ponto do inquisidor C. Roncalli, um reconhecido perverso dos quadros da Igreja, desabafar com seu superior:

“Senhor, este pessoal parece bode, por mais grave que eu torne o processo de flagelação a que lhes submeto, não consigo arrancar de nenhum deles quaisquer palavras.”

Daí então, para os inquisidores, todos os maçons levavam essa designação: Bodes.

Os maçons por brincadeira alimentam essa fantasia, também para manter longe pessoas indesejadas como fanáticos e curiosos.

Há de se fazer um adendo: Não podemos confundir a figura do curioso com a pessoa que tem sede pelo conhecimento. O curioso é o indivíduo que visa entrar na ordem única e exclusivamente para “Saber o que acontece lá dentro”, já o aprendiz tem sede pelo conhecimento, quer aprender, está aberto a novas informações, reconhece suas imperfeições e busca lapida-las para se tornar uma pedra cubica.

Por fim esse apelido caiu no gosto maçônico e hoje é adotado por vários grupos para-maçônicas como os Bodes do Pedal de Santo André, Bodes do Anzol e Bodes do Asfalto, um dos maiores Moto Clubes do Brasil.

Também em decorrência desses fatos tratados no vídeo que lançamos esses dois modelos de camiseta:

Bode Bravo, a melhor maneira de deixar o genro folgado alerta; e

Ainda estamos entre vós, lembrando a sociedade que as tradições das Ordens de Cavalaria ainda vivem, mantidas pela maçonaria e pela Ordem Demolay.


quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Maçonaria, Revolução Farroupilha e Pilcha Gaúcha

Um dos estados brasileiros em que a maçonaria possui grande força e tradição é o Rio Grande do Sul. Quem conhece profundamente a historia da região saberia indicar os motivos, com forte imigração de países europeus a região acabou por abrigar vários maçons e em 1835 com a explosão da Revolução Farroupilha as lojas maçônicas serviram de abrigo seguro para discussões estratégicas do estado que visava a independência.

Grande parte dos lideres revolucionários eram maçons, sendo a Loja Philantropia e Liberdade responsável pela reunião que deu inicio aos conflitos com o império, reunião esta formalizada em ata e hoje disponível a leitura.

Quem visita as lojas Gaúchas se depara com uma característica da Maçonaria riograndense, nem todos os obreiros (termo que denominamos os componentes de uma loja) usam o tradicional terno preto, substituem o mesmo pelo tão conhecido traje dos pampas: a pilcha.


Obreiros usando a Pilcha 


Isso se dá por conta que em 1989 a indumentaria, com o advento da Lei Estadual da Pilcha, foi transformada em traje oficial, podendo assim substituir o terno. 

Características da Pilcha:  





quarta-feira, 28 de outubro de 2015

"O inverno está chegando", "Viva livre ou morra" e a Maçonaria


Muitos sabem que os EUA foram fundados por Maçons (dos 56 signatários da Declaração da Independeria dos EUA acreditasse que 24 eram pertencentes a Ordem), com princípios maçônicos e fortemente influenciados por ideias liberais e conservadores, correntes ideológicas que tiveram como grandes ícones Maçons (Adam Smith, Bastiat, John Locke, Edmund Burke, Immanuel Kant, entre outros).

Quem foi ao país provavelmente não conseguiu ignorar o fato das placas de carros carregarem frases. Como no aclamado seriado Game Of Thrones da HBO, onde cada reino possui um lema (no caso de Winterfell, localizada ao Norte - O inverno esta chegando), as placas dos veículos norte americanos exibem o lema de seus Estados. Dentre os princípios da Ordem o que parece prevalecer mais vivo no seio americano é o de liberdade, muitos dos lemas refletem essa realidade, alguns sendo bem enfáticos como o do Estado de New Hampshire que diz "Live free or die" (Viva livre ou morra), que categoricamente diz ao visitante - Seja bem-vindo, aqui você é livre, mas caso decida invadir ou suprimir a liberdade de outrem... já sabe o que vai acontecer! 

Placa de New Hampshire


Vejamos agora alguns lemas que carregam princípios da Maçonaria:

Alabama - "Nós ousamos defender nossos direitos"

Carolina do Sul - "Ser mais do que parecer"

Dakota do Norte - "Liberdade e união , agora e para sempre"

Dakota do Sul - "Liberdade e independência"

Geórgia - "Sabedoria, justiça e moderação"

Iowa - "Amamos nossa liberdade e manteremos o nosso direito"

Massachusetts - "Pela espada, buscaremos a paz sob a liberdade"

Mississippi - "Virtude e armas" (a esse cabe um adendo, o direito do cidadão de possuir armas é garantido pela constituição americana, dentre as justificativas está segurança do povo poder se defender de um governo tirânico que tente usurpar a liberdade do povo).

Missouri - "Que o bem do povo seja a lei suprema" ( essa frase é citada por Pike em seu livro Moral e Dogmas).

Nebraska - "Igualdade perante a lei"

New Jersey - "Liberdade e prosperidade"

New Hampshire - "Viva livre ou morra"

Oklahoma - "O trabalho tudo vence"

Pennsylvania - "Virtude, liberdade e independência"

West Virginia - "Os montanheses são sempre livres"

Wyoming - "Direitos iguais"


John Snow - Personagem de Game of Thrones

"Fulano age assim pois é maçom!"


Um questionamento de muita relevância para Ordem, que requer extrema atenção de todo Mestre que irá responder ao Aprendiz , é " Qual deve ser a postura do Maçom frente a sociedade?". A pergunte trás em seu cerne a responsabilidade de todos que ingressam na Maçonaria, a partir de agora seus atos (bons ou ruins) não prejudicam ou agraciam só a você, mas todos dentro da instituição serão julgados pelos seus atos, não é incomum você escutar no mundo profano " Fulano age assim pois é maçom!", portanto não é uma duvida a ser esclarecida de qualquer jeito.

Bons exemplos são fáceis de ser demonstrados, por exemplo: A pouco tempo estive em uma cidade no interior de São Paulo para conhecer o trabalho que irmãos estavam realizando no conselho municipal de saúde da cidade em questão. Lá nossos irmãos participaram das eleições locais, com apoio das lojas ganharam assumindo assim o conselho e logo promoveram uma verdadeira revolução na administração publica deste setor. Você deve estar se perguntando - O que eles fizeram? - a resposta é chocante - Eles trabalharam! - ou seja, cobraram o prefeito para implementação de um projeto municipal de saúde, fiscalizaram as unidades de atendimento (Os médicos estão indo? Os medicamentos comprados chegaram ao destino? Como está a condição dos postos de atendimento?), fizeram varias propostas de melhorias e acompanharam suas votação na câmara, entre varias outras ações que mudaram drasticamente o panorama da saúde publica daquela cidade.

Sempre que eles surgiam para uma reunião diziam os políticos e apadrinhados já incomodados com aquela situação - Chegaram os homens da capa preta... - sabiam eles, com esse grupo de maçons não tem "jeitinho", picaretagem, "deixa pra lá" e outros "métodos" tão frequentes do serviço publico.

Essa historia deve servir de arquétipo para todos nós, devemos ser agentes de mudança, simbolo de hombridade e sabedoria. Para os que não sabe o que responder caso um dia forem indagados dessa forma (Qual deve ser a postura do Maçom?) indico um belo texto que costumo entregar aos aprendizes:

Senhor, fazei-me instrumento da vossa paz
Onde houver ódio, que eu leve o amor
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão
Onde houver discórdia, que eu leve a união

Onde houver dúvida, que eu leve a fé
Onde houver erro, que eu leve a verdade
Onde houver desespero, que eu leve a esperança
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó mestre, fazei que eu procure mais consolar do que ser consolado
Compreender do que ser compreendido
Amar que ser amado
Pois, é dando que se recebe
É perdoando que se é perdoado;
E morrendo que se vive
Para a vida eterna

Oração de São Francisco 


Aos irmãos que colam adesivo no carro para identificação e mesmo assim continuam com maus hábitos (jogar lixo pela janela, abusar da velocidade, etc...) aconselho abrirem o olho!



sexta-feira, 21 de agosto de 2015

LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE. Por qual motivos?

As vezes o cotidiano e a repetição nos fazem passar desapercebidas coisas de suma importância, transformamos palavras e frases que possuem muito a dizer como - “Bom dia!”-  virarem elementos auditivos mecânicos, protocolares, mas realmente não paramos para refletir seu real significado.

Em decorrência disso equívocos grosseiros são cometidos, como quando alguém diz - “Fulano é um coitado...” - por mais que a pessoa tenha as melhores das intenções e queira demonstrar por essa frase sua empatia com a situação, coitado é uma palavra que deriva de COITO (se desconhece o significado procure no dicionário), acho que dispensa maiores explicações ...rs

Três palavras trazem no seu cerne os princípios mais valorosos da ordem, como são belas, infelizmente quando ditas pela maioria são vazias de significado, são elas:
Liberdade, igualdade e fraternidade.

Liberdade

Como diria Cecilia Meireles – “Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.” – se o texto falasse de abstrações poderíamos parar por aqui, mas não é o intuito.  Liberdade por definição é:

- Nível de independência absoluto e legal de um indivíduo;
-Liberdade é a condição de uma pessoa que não é escrava.

Ou seja, ser livre basicamente é ser independente, poder fazer e dizer o que se quer, quando achar necessário, sendo limitado apenas por sua consciência. Muito simples …. para quem está no isolamento, como foi descrito por Daniel Defoe no romance Robinson Crusoé, porem a partir do momento que outra pessoa é inserida no contexto há divergência de pontos de vistas, há embates e na natureza o mais forte sempre está com a razão.

Por razão das relações inter-humanas acho interessante o conceito Ludwig von Mises, que afirma que a liberdade deve ser conquistada. Exemplos desse princípio podem ser encontrados no jovem que ao completar 18 anos se acha “livre”, mas é dependente dos pais para comer, ter um teto, estudar, etc...ou seja, não é livre. Assim como o povo escravizado por um governante que esmaga a população pela violência e impostos aviltantes, só se verá livre quando combater a tirania.   

Para Murray Rothbard, liberdade só é existente se seguirmos o principio de não agressão:

Ninguém deve ameaçar ou cometer violência (“agressão”) contra outra pessoa ou sua propriedade. A violência pode ser empregada apenas contra o homem que comete tal violência; ou seja, somente defensivamente contra a agressão violenta de outro.

Desse axioma central, segundo o autor, podemos migrar para todas as reflexões relativas a relação social, tenho como interessante e valido o conceito.

Albert Pike, autor maçom, define a liberdade maçônica como – “liberdade regulada pela lei moral” – também faz inúmeras menções a violência como sendo adversaria da liberdade – “Tiranos usam a força do povo para acorrentar e subjugar- isto é, oprimem o povo. Então usam-no para arar como as pessoas fazem com bois subjugados. Assim, o espirito de liberdade e inovação é minimizado por baionetas, e princípios são emudecidos por tiros de canhão. “.

Igualdade

Nenhum preceito maçônico foi tão distorcido com fins políticos que esse, porem o assunto dá um livro, então nos limitemos as definições. Albert Pike em seu livro Moral e Dogmas afirma que a igualdade a ser defendida pela maçonaria é – “Igualdade de direitos à vista da lei” – claro e objetivo: Todos, independe de condição financeira, etnia, cargo ocupado, hereditariedade, religião ou qualquer outro fator, devem ser vistos de forma igual pela lei. Como já foi dito por um orador – “A lei deve ser daltônica, de preferência cega” - ou seja, nunca, jamais, em hipótese alguma, deve estar em qualquer regra humana menções a essas características, quanto mais na lei.

Durante a Revolução Francesa por exemplo, o termo igualdade mandava um recado bem claro ao monarca – Tanto o Rei quanto o vassalo deveriam ser julgados de forma igual, a lei deve valer a todos -  um contrassenso é o fato de termos no Brasil o infame FORO PRIVILEGIADO. 

 Se todos entendessem esse conceito evitaríamos muitos problemas, a má interpretação leva ao erro de achar que a maçonaria defende que todas as pessoas deveriam ser iguais, coisa impossível sem que perdêssemos a liberdade, já disse Friedman:

 “Uma sociedade que coloca a igualdade à frente da liberdade terminará sem as duas”.

Ou seja, as pessoas são diferentes, possuem vontades diferentes, inteligências diferentes ( leiam sobre inteligências múltiplas), querem trabalhar com coisas diferentes, querem estilos de vida diferente ( para um pescador ficar trancado em uma sala de terno e gravata como um advogado seria um castigo) e histórias diferentes ( há pessoas que herdam de seus país o resultado financeiro de séculos de trabalho familiar, há outros que herdam apenas maus conselhos como – Só se fica rico sendo golpista ou roubando dinheiro alheio! - óbvia crença limitadora). Se esse princípio fosse levado a máxima chegaríamos apenas a um regime ditatorial como a Coreia do Norte, onde todos são maquinas trabalhando a “bem do coletivo”.

Não é à toa que a palavra LIBERDADE vem a frente das demais, é um claro juízo de valor (primeiro liberdade, depois igualdade e após fraternidade). Analisemos o que pensavam nossos irmãos ao escreverem a declaração de independência dos EUA:

Consideramos estas verdades sagradas e inegáveis: que todos os homens são criados iguais e independentes; que desta criação igual resulta que eles possuem direitos inerentes e inalienáveis, dentre os quais estão a preservação da vida e da liberdade, e a busca da felicidade.

A criação aqui sugerida é pelo Grande Arquiteto do Universo, dela derivam direitos inerentes (que não podem ser negados), a preservação da vida (se defender), liberdade (não ser escravizado ou tiranizado) e a busca da felicidade (felicidade é um conceito subjetivo, o que é felicidade para um não é para o outro, certo é sua busca).

Fraternidade

No dicionário encontramos fraternidade como:

-Relação de parentesco presente entre irmãos; convivência afetuosa entre irmãos; irmandade.

-Convivência equilibrada e agradável entre várias pessoas; 

-Amor demonstrado pelo próximo; afeto revelado àqueles os quais não se conhece.

Pike ao tratar do assunto diz
irmandade (fraternidade), com seus deveres e obrigações como com os benefícios”, claramente limitando o significado da palavra ao relacionamento entre maçons. Porem a maçonaria ampliou esse conceito e definiu que todos somos irmãos (humanidade), outros pontos dos estudos maçônicos abordam a ajuda aos necessitados.

Cabe aqui uma ressalva, assim como igualdade, o princípio da fraternidade também foi usado politicamente de forma equivocada. Quando abordado a temática não podemos desassocia-la do voluntarianismo, ou seja, pessoas por vontade própria doando seu tempo ou dinheiro aos necessitados, esse princípio não é desculpa para usarmos da força para tomar as propriedades dos outros e distribui-la a quem entendermos. Como dito pelo irmão Frédéric Bastiat:  

É-me impossível separar a palavra fraternidade da palavra voluntária. Eu não consigo sinceramente entender como a fraternidade pode ser legalmente forçada, sem que a liberdade seja legalmente destruída e, em consequência, a justiça legalmente pisada.

Podemos concluir que esses três princípios não podem de maneira alguma serem desassociados quando forem tidos como base de tomada de decisão, ação que poderia desencadear em grotescas falhas e injustiças.