quarta-feira, 6 de maio de 2015

Dom Pedro na mira das espadas - O dia em que o Príncipe Regente conheceu a Maçonaria

O tempo nos faz perder informações valiosas, para os mais desligados até as chaves de casa, porem tende a nossa imaginação completar fatos por conta dessa eterna mania do cérebro de corrigir lacunas, preencher o vazio com imagens coloridas, ricas em detalhes, trilha sonora e floreados.


Uma dessas historias que os anos fizeram questão de apagar, mas que até hoje esta nas bocas de maçons brasileiros que a contam com humor e vivacidade, é o descobrimento por parte de Dom Pedro I da existência da maçonaria.

A muito já é sabida a curiosidade da família imperial portuguesa que deu origem a brasileira:
Dom João VI em face da ameaça de invasão de Portugal por Napoleão foge com a família para uma das mais peculiares colônias da coroa, as lendas falavam de um paraíso natural, cidades com animais selvagens bizarros correndo pelas ruas, índios preguiçosos e escravos indolentes que se reuniam a noite para tomar amarga bebida resultante dos resíduos da produção do açúcar, além de cantarem e dançarem um estilo que trazia problemas aos capatazes. Mesmo assim se atirou a um barco, viveu no mar as condições insalubres bem conhecidas pelo marinheiros da época e desembarcou em terras canarinhas que estavam longe de oferecer o conforto que a família de Bragança usufruía em Portugal.

Dom Pedro II, a contraponto a sua politica econômica extremamente intervencionista que trouxe problemas ao país até hoje (como a apropriação por parte do estado do recém fundado, por nosso Irmão Barão de Mauá, Banco do Brasil), era um erudito com fome de saber, talvez um dos primeiros a ter contato com o invento de Graham Bell , o telefone, também conheceu e tinha o respeito de Charles Darwin e Friedrich Nietzsche, além de ser amigo de grandes homens como Richard Wagner, Louis Pasteur, Jean-Martin Charcot e Henry Wadsworth Longfellow.

Mas vamos ao dito cujo, a quem se remete esse texto, o Príncipe Regente Dom Pedro I, descrito pelo historiador José Murilo de Carvalho como – “Comandado por emoções, às vezes contraditórias, a que não aprendera a impor barreira alguma. Era impulsivo, romântico, autoritário, ambicioso, generoso, grosseiro, sedutor. Era capaz de grandes ódios e grandes amores” – mas também reconhecidamente um homem de seu tempo, com pensamentos que desencadearam mudanças imprescindíveis na gestão de seu filho, por exemplo a afirmação feita por ele - "Eu sei que o meu sangue é da mesma cor que o dos negros".

A noite cai sobre a longínqua colônia de Portugal, o Príncipe Regente já se prepara para a ultima refeição do dia, ao erguer a cabeça sobre a janela do lavabo de seus aposentos vê uma movimentação estranha: Grande parte de seus conselheiros, amigos e subordinados próximos entram em suas respectivas carruagens, vestidos de preto e carregando em mãos sacolas de couro. Como o sol nascente os olhos de Dom Pedro I se erguem demonstrando evidente curiosidade, abandona seus afazeres e chama aos gritos sua guarda particular, rapidamente se apresentam 3 homens que  recebem as ordens – Vosmecê, siga as carruagens e volte o mais rápido possível ao palácio para informar o destino dessa comitiva, o outro prepare 7 cavalos, um para mim e 6 para guardas que me acompanharão, quero todos munidos de armas, já vosmecê arrume roupas discretas para todos, partiremos em uma missão de espionagem.

As ordens comprida, partem todos, preparados para qualquer coisa, na mente de Dom Pedro estava à frente de uma conspiração contra a coroa, posto que a muito via em seus próximos um vivido discurso republicano. O destino da investigação levanta mais suspeitas, uma taberna que todas as quartas-feiras fecha as portas para não convidados, relatam os curiosos da rua que nessas datas a entrada no recinto se dá pela porta dos fundos, todos que adentram tomam o cuidado de usar capuz para não serem reconhecidos.

Chegando a taberna o Príncipe é o primeiro a pular do cavalo e a passos largos e apressados vai à porta onde dá inúmeras batidas e grita – Abram a porta !!! – para seu espanto uma voz forte parte de dentro da taberna o questionando – Quem vem lá?!?!?! – já irritado o nobre reponte – Quanta ousadia!!! Abra a porta!!! Sou Pedro de Alcântara de Bragança e Bourbon, vosso Príncipe Regente, obedeça minhas ordens !!! - mal acabará de pronunciar a ultima palavra e a porta se abre, o príncipe é puxado para dentro do recinto, de imediato escuta o estrondo da porta que se fechava deixando a guarda que o acompanhava para fora.

Que situação nosso futuro imperados se meterá! Agora se via sem seus soldados frente a dois homens de preto, encapuzados e com espadas em punho apontadas para seu peito. Poderia apostar que suas pernas aos poucos se amoleciam e que quase aos suspiros o homem antes cheio de coragem disse – Quem são? – a resposta veio em tom ameaçador – Não revelaremos, o senhor deve partir! – gaguejando Pedro diz – Mas sou o Príncipe Regente, quero entrar. – e quase de imediato obtém um bravo – És Príncipe da porta para fora, aqui é só um profano!

Após o ríspido dialogo, Dom Pedro é empurrado para fora do lugar, novamente unido a sua guarda a coragem e postura de nobre voltam, a raiva lhe toma conta, então ordena – Chamem toda a guarda, quero que em 1 hora todos estejam presos !!!

Já na prisão da capital, o príncipe reconhece os rostos, dentre eles seu conselheiro e amigo José Bonifácio – Venha comigo a sala ao lado! – exclama Dom Pedro – O que esta acontecendo? – A resposta de Bonifácio o instiga ainda mais, ele afirma que se trata de uma sociedade secreta, que a tempos estão tentando recruta-lo, mas que graças ao Grande Arquiteto do Universo não foi preciso mover um dedo em sua direção, ele fora até eles. Ali mesmo Dom Pedro I recebe seu convite, com relutância aceita, mas daqui para frente o que se passa não é mais anedota maçônica e sim historia!

Espero que tenham gostado, se tiverem algum texto para dividir enviem por mensagem ao facebook  “Maçonaria-eterno aprendiz”.





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